Trajetória - Luiz Bhittencourt

Trajetória artística

1998

O ano data o importante início profissional do artista. Aos 26 anos, Luiz Bhittencourt tem suas primeiras aulas ministradas por Luciana Melo, respeitada artista plástica do interior de São Paulo, formada em Belas Artes pela Fundação Guignard, de Belo Horizonte, Minas Gerais. Com estilo sacro e dedicada à arte popular, Luciana Melo tem bagagem profissional importante no meio artístico brasileiro e oferece referência aos primeiros traços de Luiz Bhittencourt. Foi ali, no atelier situado no Parque Vicentina Aranha, em São José dos Campos, cidade natal do artista, que nasceu a primeira obra assinada por ele, “Busca”.

Quadro forte e pertinente, esboçado em acrílico sobre tela. Atualmente a obra está no acervo do artista, como memória afetiva. Ainda no primeiro ano de estudos, Bhittencourt inicia a busca de um estilo e cria a série “Faces e Bocas”. Aqui uma retratação que unifica a beleza humana em cores vivas e representa uma forte crítica social à política brasileira.

2000

Aqui uma nova era para o tão jovem artista. Luiz Bhittencourt se debruça em estudos e esboços do que virão marcar sua carreira. A religiosidade se apresenta, ainda timidamente em fases de passagens bíblicas.

2001

Ainda no interior de São Paulo, o artista traça um novo caminho. Define seus traços de forma marcante com técnicas elucidantes trabalhadas pela artista plástica Eliza Pires, sua nova mentora na arte.

2003

Diante do novo, o artista decide trabalhar duas frentes, a continuidade da série “Faces e Bocas” e o início de uma nova assinatura com a série, “Religiosa”. Obras que revelam seu estilo, agora já marcante, embasadas pelas passagens bíblicas. Ao todo foram 32 telas com formas que traduzem o entendimento do artista pelas fases do Novo e Velho Testamento e remetem a breve lembrança dos estilos impressionista e Naif.

2004

O ano é um divisor de águas para o artista que realiza a primeira exposição individual intitulada “Revelação”. Foram 21 telas vendidas de um total de 23 trabalhadas em 30 dias de público. Um importante marco para Bhittencourt que teve como apoiadores os meritíssimos juízes doutor Dagoberto Nishina e doutora Antonia Sant’Ana. Ainda no mesmo ano, o artista dá início a terceira série “Vilas e Favelas”, inspirado na região histórica do Vale do Paraíba e interior de Minas Gerais, com supervisão da mentora e artista plástica Eliza Pires.

2005

Nasce novas e importantes séries. “Transição”, “Metrópoles” e “Criança”. A última tem como inspiração o projeto cultural voltado para menores no interior de São Paulo, onde o artista não só se envolve como é um dos benfeitores promovendo eventos solidários ao projeto. A série “Criança” traz traços inspirados nos desenhos dos menores atendidos pelo projeto e se transforma em base para a segunda exposição individual do artista, intitulada “Além dos Olhos”. A exposição contou com importantes apoiadores, entre eles, os arquitetos Mariana e Danilo Ming. Pós exposição, o artista experimenta novas técnicas e inicia o estudo de gravura em metal, com mentoria do artista plástico George Rembrandt Gutlich, bem como o estudo de técnicas de desenho em grafite, carvão, giz e lápis de cor, com aulas ministradas pelo artista plástico Luiz Chalita. É ainda neste ano que o artista é apresentado para o empresário Angel Guillem Moliner, que se torna um importante benfeitor para suas obras.

2007

Pós série de visitas ao Mosteiro de São Bento, localizado na pacata cidade de Vinhedo, interior de São Paulo, o artista decide se entregar a uma imersão de 500 dias à vida monástica que embasou o desenvolver de novas séries e obras com olhar puramente religioso.

Durante todo o período o artista contou com Dom Abade Joaquim Arruda Zamith, como conselheiro, mestre e grande incentivador de sua arte. Ao supervisionar e escrever forte crítica sobre as telas do artista joseense, Dom Abade abriu portas da obra de Bhittencourt na Europa para futuros apreciadores de arte.
Ainda dentro do Mosteiro, Luiz Bhittencourt, desenvolve as séries “Monastério”, “Cerâmica” e “Inspiração na Iconografia”. Todas de cunho religioso, traços marcantes e cores vivas.

Neste ano, as obras ‘Atelier’ da série “Monastério” e as obras ‘Conflitos’, ‘Aglomerado’ e ‘Caminhos da Vida’ da série “Metrópoles”, entram para o acervo da Saint Vincent Archabbey, localizada na cidade de Latrobe, da Pensilvânia, EUA.
O Mosteiro de São Bento, em Vinhedo, São Paulo, também coloca em seu acervo obras do artista, ‘Benção Sacerdotal’ da série “Cerâmica”, ‘Vilarejo ao Pôr do Sol’ da série “Transição” e ‘Mãe e Filho’ da série “Inspiração na Iconografia”.

2008

Pós reclusão, o retorno à sociedade tem como marco o reconhecimento artístico do casal Ana Lúcia e Manoel Coutinho Costa. Incentivadores e mecenas de sua arte, eles, o casal realiza a quarta exposição individual do artista, “A Busca”. Ainda no mesmo período nasce a série “Amigos”, 15 obras que retratam o convívio diário do artista com amigos e populares.

2009

A obra ‘Transeunten’, da série “Monastério” entra para o acervo de artes da FCCR – Fundação Cultural Cassiano Ricardo, em São José dos Campos, São Paulo.

2010

Aqui o artista volta a mais uma imersão no Mosteiro de São Bento, desta vez, no monastério do Distrito Federal, em Brasília. Lá ele permanece por mais 500 dias. No período de inspiração nascem as séries “Bento”, “Consagrados de Santa Ceias” e “Madonas e Santos”. Todas carregam o que já determina o estilo do artista, traços e cores fortes, que abastadas de vermelho, amarelo e verde em tonalidades que saltam aos olhos.

Ainda no mosteiro beneditino, na busca pelo aprendizado monástico, o artista é apresentado à socialite Lucia Peluso, esposa do então presidente do Supremo Tribunal Federal, o meritíssimo juiz Cézar Peluso. O casal adquire uma das obras da série “Bento” e se torna principal apoiador do artista nesta nova fase. No mesmo ano, a obra ‘Sentido Último’, da série “Inspiração na Iconografia”, entra para o acervo da Igreja São Camilo, Ordem dos Ministros dos Enfermos, de Brasília.

2012

Com a arte reconhecida na Europa e uma demanda de exposições agendadas, o artista se divide em três ateliers, Casa, Esplanada e Chácaras Reunidas. No atelier Chácaras nasce a série “Vaso de Flores”, inspirado em um pedido especial do empresário Angel Guillem Moliner, que a partir de então se torna entusiasta e comprador de suas telas. Ainda no mesmo ano, Luiz Bhittencourt cria a série “Elementos da Natureza”, memórias de um momento de reflexão diante de um lago de carpas Nishikigoi. Todas as 28 telas, ganham vida com tonalidades de vermelho, preto e branco que aprecem sair da tela. Definitivamente a série mais gritante em cores apresentada pelo artista. Todas as obras desta série foram vendidas em uma única exposição, na Galeria Helena Calil, da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, importante espaço cultural do interior de São Paulo.

2013

O ano data sete importantes exposições : “Arte e Cérebro, Cérebro e Arte”, “Coletânea da Religiosidade”, “Expressões, Formas e Olhares”, aqui uma coletânea especial das obras das “Santa Ceias”, realizada em conjunto com a amiga e artista plástica Luciana Melo, em Minas Gerais; De volta a São José dos Campos, o artista se empenha nas exposições “Celestiais, Humanos e Divinos” e “Elementos da Natureza”, esta, a segunda exposição da série, e fecha o ano com a exposição “Consagrados” dentro do renomado Espaço Cultural do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.

O evento, uma indicação do então presidente do Supremo Tribunal Federal, o juiz Cezar Peluso, contou com 28 obras, entre telas, estudos e esboços, todos vendidos dentro do período de exposição ao público de políticos, magistrados e diplomatas.

Uma dessas obras, a tela ‘Santa Ceia Cálice de Luz’ entra para o acervo de artes da sala da presidência do Superior Tribunal de Justiça. Também a obra ‘Santa Ceia Cálice nas Terras de Piatã’, da série “Consagrados / Santa Ceias”, entra para o acervo da Universidade Federal de São João Del Rei em, Minas Gerais.

2014

Como em agradecimento a tanta inspiração, o artista dedica-se à exposição “Santos, Humanos e Divinos”, nas dependências do Mosteiro São Bento, em São Paulo, e conta com o apoio de Dom João Baptista. Na ocasião duas importantes obras do artista, ‘Visão de São Camilo de Lelis’ e ‘Mãe Protetora’, ambas da série “Madonas e Santos”, se juntam às importantes obras de cunho religioso do Mosteiro.

De volta à cidade natal, Luiz Bhittencourt realiza sua maior exposição. Em uma área de 1.200 m², no Parque Vicentina Aranha, divididos em 15 salas ele monta “Indulgência, Do Pecado a Absolvição”, 37 telas que representaram uma retrospectiva de 15 anos de carreira do artista. O número de público foi impressionante, mais de 30 mil pessoas, no período de 60 dias. Na ocasião, as obras ‘Natureza 19 e 24’ da série “Elementos da Natureza” entram para o acervo do Parque.

2015

Um divisor de águas na carreira do artista. Luiz Bhittencourt embarca para a Europa com um único objetivo, se aprofundar ainda mais na arte com busca por referências europeias. O feito teve o importante apoio dos benfeitores Manoel Coutinho Costa e o casal, Ana Cláudia e Antônio Carlos Perpétuo. O artista firma residência em Barcelona e apresenta sua obra entre Espanha e França. Mesmo diante de um novo cenário, Bhittencout transforma sua arte vibrante, de cores fortes e vivas, em um mundo cinzento. Suas telas perdem a cor com a série “Refugiados”. Período de conflito político na Europa com a entrada de refugiados vindo da África e Síria. As obras retratam o sofrimento, a angústia e das expressões vistas nas ruas em, porém sem cor, numa tonalidade sombria de preto, cinza e branco.

No mesmo ano, nasce a exposição individual “Refugiados Sin Patria, Culpa de una Sociedad Ciega?”, sediada na Ca’l Tete Barcelona Cuina Creativa. Com o feito, 21 telas expostas e 18 delas vendidas, e ao mesmo tempo Bhittencourt participa do ARTBAHO – Salão Internacional de Arte Contemporáneo e do Salão de Arte Fundación Arena José Maria Vidal, ambos em Barcelona. Tendo a obra ‘Ceia da Esperança’, da série “Consagrados / Santa Ceias” que participou do Salão da Fundación Arena, ficando para o acervo da instituição.

2016

Ainda na Europa, a tela ‘Santa Ceia das Artes Cênicas’ entra para o acervo da Abbaye Notre-Dame de Tournay, em Tournay, França. De volta ao Brasil, Bhittencourt tem duas de suas obras em destaque no acervo da Santa Sé, embaixada do Vaticano em Brasília no Brasil. São elas ‘Mãe que Gera’ da série “Madonas e Santos” e a obra ‘Santa Ceia da Majestade’ da série “Consagrados / Santa Ceias”. Bhittencourt, a convite dos monges beneditinos, decide novamente se retirar da sociedade e entra para um ano sabático dentro do Mosteiro Nossa Senhora da Ternura, em Goiás.

No mesmo ano o artista brasileiro tem ainda uma de suas obras na Guatemala. A tela ‘Santa Ceia do Pote’, da série “Consagrados”. A obra entra para o acervo do Mosteiro San Bernardo Tolomei, em Boca Del Monte

2017

Renovado, volta para São Paulo e com mentoria do Frei Franciscano José Vicente, Luiz Bhittencourt dedica-se a um projeto social voltado para crianças e adolescentes na área cultural, na cidade de Ribeirão Pires, interior de São Paulo. O ano também é marcado com o início da série “Fridas”, que representa a leitura do artista em um misto de crítica às beatas de igreja e exaltação às obras de uma de suas artistas referências, Frida Khalo.

2018

Nasce a exposição “Fé! Religiosos e Sacerdotes! Profanos ou Divinos?”, com apoio e olhar da galerista e curadora de arte Carmem Pousada. Diante de ótimas críticas de suas telas o artista permanece em São Paulo e a convite de José Carlos Reis Marçal de Barros, então diretor executivo do Museu de Arte Sacra de São Paulo, Luiz Bhittercourt recebe uma exposição individual nas dependências do Museu e entra para os livros da história da arte brasileira. A exposição “A Última Ceia” foi composta por 23 obras, todas da série “Santa Ceias”. As obras foram cedidas por clientes brasileiros e europeus especialmente para a exposição. Decididamente um marco na carreira do artista que desperta os olhares de investidores e colecionadores de arte. Pós exposição, a obra ‘Santa Ceia das Vaidades’ da série “Consagrados / Santa Ceias”, entra para o acervo do museu.

2019

O empresário Edison Ribeiro, se torna um dos mecenas de sua arte e o artista decide realizar uma retrospectiva dos 21 anos de carreira, com a exposição “Por Excelência”, na Galeria Espacio Uruguay, em São Paulo. Simultaneamente, com o apoio do empresário e arquiteto Carlos Eduardo Bigarella realiza a exposição “Percepção e Verbo”, lançamento oficial da sua nova série de trabalho “Janelas e Percepção”, em São José dos Campos. Feito as exposições o artista passa dois meses recluso a cuidar de sua saúde.

2020

Frente à pandemia do Covid-19, o artista fecha o trabalho social que é responsável na cidade de Ribeirão Pires e cede a importante pressão da irmã, Luciana Cirino Caraça, retornando então para a cidade natal, São José dos Campos, para cuidados com a saúde.

Com o retorno, Bithencourt é apresentado ao galerista Paulo Henrique Rosa da Galeria de Artes Poente que passa a representar sua arte na região do Vale do Paraíba e realiza a exposição “Investimento Pandêmico na Arte, Entre Janelas e Percepção”. Já em São Paulo, as obras do artista recebem o olhar do galerista Marcelo Neves, da Art Gallery Marcelo Neves, que passa a representar a arte do artista joseense na capital. Com o agravo da pandemia o artista é obrigado a cancelar uma série de exposições individuais agendadas entre Brasil e Europa. Até o presente o artista totaliza 18 séries de pinturas, e 820 telas em 22 anos de carreira.

2021

O ano é marcado pela reclusão e por uma decisão que poderá se tornar uma nova era para a arte de Luiz Bhittencourt, ao lado da irmã Luciana Cirino Caraça, o artista investe no aprendizado da confecção de arte em cerâmica e ao mesmo tempo continua realizando estudos e dando continuidade à série de pinturas “Janelas e Percepção”.

Por Elaine Santos Figueira

Consultora e Curadora de Comunicação Empresarial,
com jornada de 20 anos de profissão à frente de redações
como Tv Tribuna (Globo Santos), Band Vale e Jornal OVALE .