Ângela Savastano

Cientista Social, formada pela Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP; Diretora de Conteúdo do Centro de Estudos da Cultura Popular – CECP; Idealizadora do Museu do Folclore de São José dos Campos/SP.

“Traduzo com estas palavras, o que as obras de Luiz Bhittencourt, me inspiram, nesta belíssima exposição “Além dos Olhos”: “De um instrumento musical, ouvir melodias envolventes…

De cantores, sons divinos…

… é o grande privilégio do Homem: ser capaz de se apossar das artes.

Simplesmente tomar posse.

A arte é de quem a toma, de quem se apossa e só se completa quando é possuída.

O Artista plástico constrói a obra mas sua alma só lhe é dada por quem a possuir; assim como o arquiteto que idealiza e constrói a morada que só terá vida quando for habitada.”

A obra de Luiz é para ser habitada, possuída, por almas diferentes. Pego como exemplo a obra “Oleiro” “… nesta paisagem de moradas eu habito. Muitos habitam. Lá dentro há melodias envolventes, há movimentos harmoniosos, há sons divinos porque eu os coloquei ali.” Na obra “O Sermão” por exemplo, posso dizer: “Aqui, nesta paisagem, é tudo silêncio… Tudo se movimenta silenciosamente, sem ruídos, sem perturbar a paz buscada.” Na obra “Missionários” digo: “Olhos da alma que vêem o invisível… bocas que falam o segredo… O que eu, o dono, quero esconder, o que quero guardar.” E para finalizar esta belíssima exposição da obra “Unção do Espírito Santo” posso dizer: “Imagens que não quero ver, palavras que não quero ouvir. Só quero imaginar.”

Em referência às obras da séries Faces e Bocas e Religiosa na exposição “Além dos Olhos”.