Yara Valença da Rocha Prado

Bacharel e Licenciada em Biologia pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas;
Mestre em Ecologia – pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas; Bacharel em Direito pela PUC Campinas – Pontifícia Universidade Católica de Campinas;

Especialista em Gestão Pública – pela FGV – Fundação Getúlio Vargas;

Servidora Pública Federal do TRT15.

Conheci Luiz Bhittencourt e sua obra recentemente.

Visitei, na Galeria Poente, em São José dos Campos, SP, a exposição “Percepção de Crianças e Adolescentes”, onde o artista mostra instalações e pinturas.

Lá também conheci toda a série de obras, mais ampla, Janelas e Percepção, que abrange várias versões:

Nostalgia da Infância, com sua representação das antigas colchas de retalhos avoengas (onde cada retalho traz uma lembrança) mesclada com pinceladas;

Percepção (baseado em entrevistas com adultos, que relataram suas impressões ao olhar por uma janela – janelas dentro de janelas, o sol radiante, o céu azul brilhante, a noite escura, a música também evocativa) e Percepção da Janela (inspirada em conversas com crianças contando suas vivências).

Em toda a série observei o uso das cores vivas, o jeito naïfe, os temas de fundo social, a clareza das mensagens expressas nos traços e pinceladas fortes, nos volumes de tinta: tudo emociona.

Com destaque, a versão recente da série Janelas e Percepção, intitulada “Percepção da Janela” provoca o mesmo deslumbramento. Inspirado em entrevistas feitas com crianças, o artista faz um panorama colorido (nem por isso alegre) da vida que pulsa nos lugares simples.

Considerando a obra “Percepção da Janela VI” particularmente tocante, baseada no depoimento de um garoto que se sente protegido pela mãe de pois que a família foi abandonada pelo pai. Cheguei a “enxergar” o mar (?), a noite (?), o desconhecido (?) à espreita e um anteparo rosado (braços maternos abertos?) protegendo o que parece ser a casa, do ataque da escuridão.

Muito instigante.

O autor merece o reconhecimento que tem recebido desde o início de sua carreira.

Em referência a série Janelas e Percepção com destaque para a obra “Percepção da Janela VI”.